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Análise na Compra de Imóvel Rural: Como Evitar Prejuízos na Aquisição da Sua Fazenda

Introdução

Adquirir um imóvel rural pode parecer um grande passo rumo à realização de um sonho — seja para investir, produzir ou morar com mais tranquilidade. No entanto, essa compra exige uma análise técnica e jurídica cuidadosa. Ignorar etapas fundamentais pode resultar em prejuízos financeiros, problemas com o registro e até ações de desapropriação.


Neste artigo, vamos te mostrar por que a análise de riscos na compra de imóveis rurais é essencial e quais pontos você deve observar antes de fechar negócio.


Por que a análise de riscos é indispensável na compra de imóvel rural?

Diferente dos imóveis urbanos, a compra de propriedades rurais envolve questões fundiárias, ambientais, fiscais e técnicas que impactam diretamente na segurança da aquisição.

É comum encontrar áreas:

  • sem documentação atualizada no INCRA ou Receita Federal;

  • em zona de preservação ambiental;

  • sem georreferenciamento exigido por lei;

  • ou até com registro travado por falta de averbações obrigatórias.


A ausência de uma análise prévia pode impedir o registro da escritura, gerar multas pesadas ou até anular o negócio.


Quais documentos e registros precisam ser verificados?

A análise de riscos deve considerar uma série de documentos e cadastros públicos. Veja os principais:


1. Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR)

Emitido pelo INCRA, é obrigatório para qualquer operação com imóvel rural. Verifique:

  • se está atualizado;

  • se a área corresponde à real;

  • e se atende à Fração Mínima de Parcelamento (FMP).


Exemplo prático: Em áreas com FMP de 2 hectares, não é possível vender um imóvel com apenas 1 hectare — salvo exceções legais. Se o imóvel estiver abaixo disso, isso já é sinal de alerta.


2. Cadastro Ambiental Rural (CAR)

Fundamental para identificar:

  • APPs (Áreas de Preservação Permanente),

  • Reserva Legal,

  • e se a área está registrada como produtiva ou improdutiva.


Atenção: Imóveis classificados como improdutivos podem ser alvo de desapropriação para fins de reforma agrária.


3. ITR e Valor da Terra Nua (VTN)

Além de verificar se o Imposto Territorial Rural (ITR) está quitado, é preciso:

  • conferir se o Valor da Terra Nua (VTN) declarado está compatível com a tabela da Receita Federal;

  • avaliar se houve dedução correta de áreas de preservação no cálculo do imposto.


Subavaliação pode gerar multas de valores altos, como R$ 600 mil, especialmente em municípios que fiscalizam ativamente por meio de convênios com a Receita.


4. Zoneamento urbano x rural

Consultar a certidão de zoneamento municipal é essencial para saber:

  • se a área continua rural;

  • ou se houve alteração para zona de expansão urbana.


Essas mudanças impactam:

  • no tipo de imposto a pagar (ITR x IPTU),

  • no regime jurídico,

  • e na possibilidade de parcelamento futuro.


5. Histórico da terra e registros públicos

É fundamental:

  • analisar a cadeia dominial no Cartório de Registro de Imóveis;

  • verificar se há ações possessórias, ônus, hipotecas ou pendências judiciais;

  • e consultar a SPU (Secretaria de Patrimônio da União) se a área estiver em região com risco de sobreposição a terras indígenas.


O que pode acontecer se você ignorar esses pontos?

  • A escritura não será registrada;

  • Você pode pagar impostos indevidos;

  • O imóvel pode ser considerado improdutivo ou irregular;

  • Pode enfrentar processo de desapropriação ou embargo ambiental;

  • Ou descobrir que comprou um imóvel de origem duvidosa ou litigiosa.


Conclusão: a compra segura começa com informação

Comprar um imóvel rural sem análise de riscos é como plantar em solo infértil: o investimento não vinga.

Por isso, conte sempre com o serviço de análise de riscos (Due DIligence) para:

  • analisar toda a documentação;

  • verificar se a área atende aos critérios legais;

  • e orientar sobre medidas preventivas que garantam segurança jurídica.


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©2024 por Rafaela Nascimento - Advocacia Imobiliária.

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